domingo, março 25, 2007

À deriva

Desocupada. Desempregada. Desesperada. Desatinada. Desafiada. Despenteada. E assim é que a minha vida ganha um prefixo “DES”. Talvez por obra do DEStino. Ou talvez por conta dos caminhos tortuosos que agora eu encontro e não sei me entregar.
Às vezes tenho medo de ser eternamente um Quixote, brigando com os mesmos moinhos de vento. Às vezes tenho medo de comprar a crueldade do mundo e vender a minha alma na esquina. Às vezes não sei o que fazer e choro.
Espero o tempo passar olhando um quadro de Dali. É um relógio que derrete e se chama Paciência. Paciência, a minha vida parece mais surreal do que isso. E o tempo agora não passa.
Eu ando vagando com os mesmos passos, me entupindo com outros projetos, na tentativa infame de me projetar também. Mas o que a vida me mostra, é que ela é obra sem rascunho. E que não importa a perfeição do esboço, a realidade sai sempre borrada. Não vale a pena viver dos sonhos. Porque meu sobrenome é projeto?
Corro desesperada, sem ter a certeza que saio do lugar. Mando meu currículo para o inferno. Mas nada acontece.
Nada acontece.
Desocupada. Desempregada.Desesperada.
Esqueço de mim e ando à deriva.

2 comentários:

Guilherme disse...

" o que a vida me mostra é que ela é uma obra sem rascunho.."

Andou lendo meu blog, né?

Helga disse...

Tucunas... não foi plágio não! No entanto, depois do Chico Buarque, do Amyr Klink e do Nelson Rodrigues vc é uma inspiração para mim!