segunda-feira, janeiro 16, 2006

Feliz era minha avó...

Feliz era a minha avó que pegava na mão e sabia que estava namorando. Quando beijou pela primeira vez, era sinal de amor. E, finalmente, quando foi para cama com o fulano, tinha se convencido de que poderia se entregar sem pensar no que "ele iria achar"...
As vezes penso que essa liberdade feminina contemporânea devia vir com manual, afinal nesses tempos onde os minutos significam tanto, as vezes as coisas perdem o sentido. Como a conquista por exemplo...
Amar se aprende amando e isso não é coisa só pra poeta.
Sem falsos moralismos, também fiz as coisas que as "mulheres modernas" fazem e depois entrei em verdadeiros marasmos existenciais. Por isso repito: amar se aprende amando e todo aprendizado precisa de tempo. Um tempo que se sobressai aos segundos...
E por isso feliz era minha avó. Que provavelmente esperou o tempo acontecer e não acreditou que em três meses se construia um grande amor. Não acreditou que aquele fulaninho que ela conheceu numa balada, amigo do amigo e coisa e tal, era um projeto de grande amor e ficou ali, acreditando em tantas palavras.
Minha avó, certamente depois de ter se entregado, tinha um relacionamento com atitudes um tanto mais sólidas, ainda que ditadas por dogmas sociais. E se um dia acabou, ela não pode se auto julgar perguntando se havia feito certo ou errado.
Feliz era a minha avó que não acreditou naquele otário, que entrou na sua casa e na sua vida, disse que te amava, mas não pode ficar. Porque ele sempre ia.
Agora fica ai, procurando entender todos os porquês.
Bem feito. Quem sabe da proxima vez tu não se guia pelos sinais alheios e compreende que amar se aprende amando e deixa o tempo acontecer. Sem erros ou acertos.
E quando doer, deixa doer tranquilamente e não se entrega a correria do dia para ver tudo passar.
Há quem endurecer sem perder a ternura.
Porém, feliz era minha avó...

Nenhum comentário: