sexta-feira, novembro 07, 2008

Eu mereço

(Tudo azul/ No céu desbotado/ E a alma lavada/ Sem ter onde secar/ Eu corro/ Eu berro/ Nem dopante me dopa/ A vida me endoida/ Eu mereço um lugar ao sol/ Eu mereço... Cazuza – Carente Profissional)

O triângulo soa. O triângulo sua. E a zabumba chama, para que então os corpos tomem a pista e falem por si.
Não é preciso palavras. Só é preciso um pouco de cerveja gelada, para evitar que o corpo derreta por inteiro. E nesse espetáculo de sinais, meus pés correspondem, celebrando um maravilhoso frenesi.
Eu rodopio. Eu danço. Eu faço. Passo de braço em braço, mas não paro de rodar em mim. E assim mesmo, eu me refaço e me desfaço, em um mesmo compasso. Já não tenho mais saudades de ti. (E sequer preciso.)
Minha vontade é apenas de me entregar a vida que pulsa lá fora. Por que regar com lágrimas aquilo que morre aqui dentro?
Talvez a vida só precise de uma sapatilha com solas de plástico, para que possa escorregar de maneira vadia por uma noite sem estrelas.
O resto é aquilo que a gente se deixa merecer.

2 comentários:

Luciana Pinto disse...

Nada é por acaso, Helga. Muito oportuno ler isso logo hoje! Olha, linkei você no papel borrão.
Sorte na apresentação! João me falou.
Beijo grande

Rê Saldanha disse...

Ótimo texto!!
Mais uma vez o acaso me traz boas novas!