O relógio revira volta, com as voltas que dou em mim, no meu próprio silêncio: caçando inspiração antes de dormir. Quero evitar meu próprio tempo, insistir na janela até que as luzes de São Paulo se apaguem e me tragam um novo céu azul. Para eu poder inventar uma nova história e esquecer o atraso do ônibus do dia seguinte.
Quero viver a minha própria bagunça, na calada da noite, ainda que isso signifique acordar despenteada e mau humorada de manhã. Ainda que meu céu azul já não me faça mais nenhum efeito.
O relógio revira e volta, quando já não quero voltar para mim. Quando já não quero mais saber dos minutos que me aprisionam. Quando já não posso mais viver só de paixões.
Nessa vida possível, eu queria mesmo é deitar lá naquela cama e cobrir-me toda cotidiana, como se nada fosse o além daquilo que se faz e constrói todo dia. Eu não quero mais todo dia e sequer quero o dia seguinte.
Eu quero que os minutos do relógio parem. Preciso de mais tempo para sonhar.
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